segunda-feira, março 4

Novo Papa Brinca em Serviço

por Nilce Janete



A corrida ao cargo de papa deixado por Joseph Ratzinger começou com tudo. Mesmo com a espera do conclave, um nome vem circulando entre integrantes do alto clero. Fontes no Vaticano afirmam que a bola da vez é um padre Mexicano chamado Humberto Alvarez.


O comandante do rebanho da cidade de Saltillo resolveu inovar em suas missas dominicais. A tradicional batina é decorada com estampas de super-heróis como o Batman, Homem- Aranha e Super-Homem. Para ampliar o show, ele abençoa seus fiéis com tiros de sua pistola de água.



Como os leitores deste abecedário blogue podem prever, é óbvio que os carolas de plantão atacaram. O sacerdote de 40 anos de idade, que adora um jeans básico e tênis no dia a dia, vem sendo criticado por sua abordagem lúdica para a Eucaristia e ganhou a desaprovação de paroquianos tradicionais e do bispo de Saltillo. 

Alvarez deu de ombros e continua seus serviços. O padre acredita que as crianças podem ser levadas a Jesus pelos heróis. “Assim como Jesus, esses personagens estão na busca de justiça”, explica. Sobre o que faria caso seja nomeado como Vossa Santidade, o padre desconversou.



E, aparentemente, para a alegria da vizinhança, o padre salvou mais um dia.

segunda-feira, janeiro 7

O Menino Mimado


por Ivanildo Abdias

Bochechas rosadas. Cabelo bem penteado à goma. Gaveta de meias e cuecas mais organizadas que a fila de um sábado qualquer no Louvre. Farto e bem alimentado. Detalhes íntimos que insinuam a imagem mais correta de um torcedor do Barcelona. Qualquer um.

Mesmo os culés (nome dado a seus torcedores), cuja carteira de dinheiro ao ser aberta só sai uma solitária mosquinha estão empapuçados. Suas tristezas são acompanhadas da universal constatação (para eles) de que estarão por cima, sempre. O crédito a esse levante azul-grená é simples: O desfile de craques.

Antes mesmo que algum carola saia às turras, defendendo a dissertação de que “vencer é o que interessa, o resto não tem pressa”...  Que encontrar elegância na derrota é coisa de fracassados... Vamos com calma. O que o dileto Barça tem que o seu time não tem: Um glorioso pereba vestindo o manto sagrado do seu clube.

No futebol tupiniquim, esquecem as rodas de boteco, os cadernos de esportes, ou o fundão da sala de aula, que para cada gênio com a pelota nos calcanhares, trinta ou mais trastes são jogadores profissionais. Gentio que tenta a sorte em agremiações duvidosas. Um mercado onde remuneração tosca, campos esburacados e pilantragem são o Jesus e não a cruz.

É isso que motiva a devoção ao craque eterno. Aquele que veste o uniforme em batismo. Ele chegou ao seu time, leitor, passando pelos mais terríveis lamentos. Infernos indescritíveis. Cachaças, filhos com várias mulheres, analfabetismo da preguiça... O ídolo, o craque “bandeira”, (como os italianos se referem aos seus) merece as estátuas.

Questione um botafoguense da esquina e ele te virá com um certo “Mané”. Pode-se ir mais longe, um vibrante torcedor do moleque travesso lhe passa o orgulho de ter tido em seu campo o “Mão de Onça”. Um Ceará propõe seu Gildo. Temos um “Einstein”, o resto do time são fulanos, eles pensam. Para cada Corinthians que teve seu Basílio, teve o goleiro Nei “mão de pau”. É o complexo do camisa 10, aquele predestinado a trazer o equilíbrio à força. O craque é como o músico do finado Titanic, toca sua sinfonia até a morte.

O brasileiro só permite a junção de seus craques na amarelinha. Bem, seleção é outra conversa. Mesmo assim, ao ler a escalação do time de 70, é triste saber que um Roque Júnior da vida também esteve lá. Agora, a fatal pergunta ao menino mimado, quem é teu craque? Desinformado ou não, podia denunciar um: Bakero. Um espanhol cabeludo e desengonçado que jogou no time Catalão.

As Chuteiras do feito: O Gol do Adeus
O canal de televisão Bandeirantes era um templo para o amante do futebol. Era jogo que não acabava mais. Um tempo em que Luiz Datena era um vital repórter de beira de campo. Foi na programação desse canal que assisti a despedida de Bakero. A torcida do barça estava eufórica e entupia o palco de jogo. Pavilhões com o rosto do atleta tremiam. Eis, que aquele que se despede faz um gol. Delírio. O jogador nem comemora. Com a mão no rosto, deita-se no campo. Lágrimas. Lágrimas.

O camisa 10 de cada um é criado com a dor. Com o silencioso drama que acompanha o ordinário do dia a dia. Do mesmo manto que Bakero se cobriu, Stoichkov, Romário, Cruijff, Giovanni, Messi... Desfilaram. Quem gostaria de estar na pele do menino mimado que levante o dedo.

Depardieu agora é russo



Depardieu é o primeiro caso onde um ser humano se transforma em Russo quando a situação está russa

por Bebete Patife




O ator Gérard Depardieu cancelou sua cidadania francesa. Da capital da luz, o
correspondente JS, Bebete Patife, detalha que a barafunda foi motivada pelos altos impostos
cobrados no governo François Holande. Que entre suas medidas econômicas abocanha 75% do fulano que ganha mais de um milhão de euros por ano. Isso mesmo, Depardieu deu de ombros para o franco leão.


Vó, estou estourado!
A curiosa atitude tomou proporções que nenhum roteirista de cinema podia imaginar. Segundo Bebete, e alguns cliques no papai google, eis que se ergue a figura de Vladimir Putin, o Daniel Craig soviete. Em furtivas palavras, o homem forte da mãe Rússia, explicou: "Se eles não querem, tem quem queira".

Cercado de sorridentes jovens Russas, Depardieu foi recebido em um resort, no Mar Negro, pelo presidente russo. A ocasião celebrou a entrega de seu  novo passaporte. Ente matrioshkas e uma mesa composta de frutas da estação e caipivodcas, Bebete apurou o ventilar de um dado: Se Depardiue residir pelo menos seis meses por ano na Rússia, pagará singelos 13% de imposto de renda.

Vários diretores de cinema franceses demonstraram preocupação diante do fato. Entre os lamentosos, está o taciturno Jean-Luc Godard. O intelectual prontamente enviou uma inédita carta a imprensa. Da missiva, entre frases que animam seu próprio ego, Godard recortou um questionamento: "Deus, quem fará o papel de Francês bonzinho nos filmes americanos?".

quinta-feira, abril 26

Quem dera ser um Acquário

por Ivanildo Abdias  


Na última convenção de Genebra sobre jornalismo ambiental em que participava, aturdido, recebo em meu celular de cem reais uma mensagem despudoradamente autóctone: O Ceará vai ter um aquário, reescrevendo, Acquario.


As calças arriadas demonstram o montante de minha surpresa. Alguns colegas palestrantes advindos da região do Algarve sentiram meu rubor a inflamar os presentes numa clara postura dilapidatória deste senhor que vos escreve.
-Ô, pá, que estais a acontecer? questionaram em uníssono.
-Nada, repliquei. E como em uma das muitas histórias trágicas contadas por Nelson Rodrigues pus a culpa no pastel.
-Foi um  pastelzinho. Um pastelzinho, repeti.


O retorno do cearense por vias aéreas fatalmente lhe reserva um momento de contemplação com o mau gosto. Após o desembarque, correndo na direção da esteira por onde cospem as bagagens, um mural, nababesco, descomunal, grosseiro, preenche os olhos dos que ali passam: a terrível imagem de nossos humoristas.


Não perdi tempo com esse detalhe. O que me interessava era a tal história do Acquarium. Bati um, ou muitos telefonemas para amigos mais sortudos e que estivessem dentro do caso. Não obtive boas respostas, nem notícias aconchegantes, até que um amigo da Tribuna do Ceará soltou uma quentíssima:
segundo o secretário de turismo do estado "o visitante poderá com o Aquuariun estar perto de bichos imponentes da fauna aquática cearense como Tubarões e Pinguins".


O querido amigo ainda teve tempo de enviar o vídeo que revela a suntuosa maquete do projeto:



BORBULHAS DE AMOR
Carente do afago dos números fui mais fundo nesta aventura à Jack Cousteau. O pedreiro responsável pela construção faraônica ainda não se decidiu se os peixes nadarão em potes de maionese ou se serão recolhidos a garrafas vazias de aguardente colonial. Em conversa de tom formal e cavalheiresca pontuou:
- Teve licitação pra isso não dotô, me explicou.
- 250 milhões? e ainda não se decidiu? vai ter ao menos espelho para os peixes beta ( peixes muitos usados no subúrbio para rinhas... de peixe) treinarem para as lutas? questionei.
- Nên, vai ter tubarão e pinguim, que nem nos filmes.


Moços e moçoilas cativados pelas ternas passagens cantadas por Raimundo Fagner cutucam o tubarão com linha curta. O movimento "Quem dera ser um peixe" cobra dos colegas de imprensa, poder público, forças ocultas e de quem mais interessar posse, respostas claras sobre a necessidade do Titanic cabeça chata que já se tornou essa pândega aquática.


Marquei com as partes interessadas na construção do Aqquaria uma entrevista que teria tom sinuoso, pórem, cordial. Ninguém apareceu e fiquei a ver navios no local da obra.
Por puríssima sorte, um zézinho qualquer que circulava ao meu redor na tentativa de garantir o sustento de seu lar, vendia chegadinhas (doce que lembra uma casquinha de sorvete) um tanto frias, se pensarmos na quantidade de brisa que ambos pegamos.


Comprei.Paguei.Perguntei a meu companheiro de fracassos o que ele achava dessa piada toda. Como não entendeu patavinas do meu arguir, fiz o papel de deixá-lo à par de toda a história, mais ou menos com fiz agora com você querido leitor, o rapaz abriu os dentes e disse:


-Dotô, sei não, a verdade é que eu queria era ser esse Aquário pra eu passar bem.


Depois dessa resposta saquei minha macaqueira do bolso, penteei os cabelos revoltos e fui embora, mastigando os farelos de minha chegadinha.


"De tempos em tempos, os homens tropeçam na verdade, mas a maioria deles se levanta e segue adiante como se nada tivesse acontecido".

Sir Winston Leonard Spencer-Churchill 









domingo, abril 15

Filme Titanic completa 100 anos

por Nilce Janete


100 adoráveis anos borbulham como bolhas de champanhe em homenagem ao transatlântico que bateu todos os recordes de suas época, dentre essas marcas, o de ir para o fundo do mar mais rápido.
Totalmente renovado, o filme de 1997 retorna aproveitando a tecnolgia 3D tão comum em nossa época(pelo menos desde a década de 50) para adicionar pitadas de emoção como, procurar uma interpretação que se aproveite do elenco ou suportar a canção título na voz da canadense Celine Dion.


Sua amiga Nilce recorda-se muito bem das filas que dobravam quarteirões e paciências no primeiro ano em que o filme de James Cameron esteve em cartaz ( contam línguas más que o diretor ficou sem muito din din no bolso por conta do divórcio com sua mulher na época, Linda Hamilton, que de linda só a sorte).


O filme do navio inundou as bancas com posters do lindinho Leo D'Caprio, 3.972 programas especiais brasileiros gravados de documentários estrangeiros foram ao ar pelo SBT, Arnaldo Jabor e Rubens Ewald Filho deram um show na transmissão feita pela Rede Globo da cerimônia de entrega do Oscar (papel grande superado apenas pelos eventos do ET Bilu), e mesmo prcurando, dessa vez, nossos companheiros de profissão não tiveram um cearense metido no meio para entrevistar.


Será que hoje, desejosos leitores, fatos inusitados como estes podem ser percebidos com o auxílio do 3D nesta nova versão? Fico curiosa. Bem, eu não usei os óculos bicolores, me lembro que lia livros mesmo.

terça-feira, fevereiro 28

O Ensaio da Lerdeza

por Charles Daniel


Índia, 1912.
As tropas do então quase número um do país adentram esbaforidos pelo requintado salão oval do palácio. E, no meio de tanto penhor e ostentação, confrontam-se com a terrível imagem de seu líder tombado ao chão sem vida.
Causa: envenenamento. E assim, Achyuta Abhynav, este, nem saiu na foto.
E no mesmo país, só que em outra época, a guia espiritual Yar Sefaz não contou com uma revisão básica ao automóvel sedan que utilizava.O que já era tarde demais, indagou a distinta mulher, ao sentir o mesmo carro tentando (e não conseguindo) voar de um penhasco.
Causa: Freios cortados. Pelo menos é o que se acha até hoje.

Vladivostok, 1963.
O líder separatista da frente denominada: Frente pela Frente, Kraniev Solavanko, teve seu apartamento incendiado por um grupo fortemente armado de desocupados que não se preocuparam com autoria.
Toda a encrenca e barafunda dessa gente doida, e saliento, desocupada demais, se deve, segundo um bom amigo correspondente na capital desta nação, a um grupelho de jogadores inveterados de WAR. Queriam eles a independência ou apenas exterminar os exércitos vermelhos?

Síria, 1984.
Em momentos de muitos protestos e deslocado no turbilhão de loucuras tecnocratas abissais, o líder da milícia: Libertação pra Ontem, Yabin Caifaz, ordenou aos seus cupichas: Vão na frente que já já eu chego meus compadres.
Foi visto pela última vez a guiar um táxi ali pelos lados do rio Hudson, na Big Apple. Ao volante do yellow cab, não perdia tempo com rubor em delinear um belo e farto sorriso no rosto. De posse de um bronzeado macio e chique que mataria de inveja qualquer mulata do Sargentelli.

Ser político é uma coisa. Ser bocoió e comer capim pela raiz é outra. Foi o que nos ensinou o destemido amigo Caifaz neste mavioso ensaio da lerdeza.

terça-feira, janeiro 24

"A Voz do Dono": Sobre Rabiscar Papéis

J.J. Oliveira, além do cidadão Rupert Murdoch

por J.J Oliveira


No descabelar descabido de nossos impropérios escaldados na areia movediça de nosso comunicar altaneiro, engenhocas tecnológicas e lufadas de ventos estóicos se agarram ao discursar do ser ou não ser Touch Screen, ou, do aperto no peito ao botocar do editor de imagem.
Linhaças à parte, eu, J.J, dono e homem de muitas vírgulas sobre meus pastos, sou admirador ainda do rabiscar de papel. Papel de palhaço, papel de enrolar cigarrinho de aluno da USP, papel madeira de balcão de bodega, papel.

Escrevo no deleite apresentável do blogue Everton Zone, de propriedade intelectual do sereno rapaz entatuado e apreciador de roque: Everton Silva.

Fomos apresentados alguns anos atrás quando da ocasião de uma severa discussão sobre a criação ou não de uma potente agência de Publicidade. Idéia na época que hoje é apenas ideia acidentada pelo torpor de linguiças calabresas e muita cerveja no meio da gloriosa avenida Duque de Caxias.

A verdade Evertoniana
Desde então o nobre amigo Paulista radicado Cearense não parou seu rabiscar de papel diário. Com o Coletivo Monstra trouxe beleza, motivação e cores a uma cidade acostumada ao cinza dos carros de nossos novos ricos. O Coletivo pode ser apreciado geralmente no Sobrado Dr. José Lourenço encravado na Major Facundo 154, ou, em muros e publicações outras de gabarito. Everton empresta suas Ilustrações para a Mundo Estranho entre outras revistas e ainda encontrou tempo para desposar ainda este ano.

Fica a dica abecedários leitores. É claro que ele não se aproxima em garbo de nossos profissionais sacanas motivados no charque do Jornalismo Sonso. Mas fica nosso papel a singrar ao vento do comunicar, como uma arraia de beira de praia obviamente sem um Geek por perto.